A Festa Brava e o sexto sentido… que, afinal, não é só nosso!

Existem cinco sentidos e depois um sexto que é, dizem, só nosso, das mulheres.

Afirmam os entendidos que a visão é o sentido em que o ser humano mais confia. Abre-nos ao mundo, dá-nos dimensão, perspetiva, cor, noção de distância, grandeza e pequenez.

O olfato é igualmente forte. Os aromas invadem-nos e há todo um universo que se traduz em cheiros e que ganha formas e vida na nossa imaginação. A audição é esse tremendo sentido que desperta todo o tipo de sentimentos em nós, como a alegria e o empolgamento, recordações, sonhos e planos. Segue-se aquilo a que a vida nos sabe, o sabor que tem a mesma origem de saber… porque o saber é também ter o sabor das coisas. E finalmente, o tato, o mais sensível dos sentidos, que implica uma perceção totalmente sensorial do mundo.

Depois, há aquele que é, ao que parece, só das mulheres: o sexto sentido. É nosso conhecido e sentimo-lo de facto. Mas como é que se define, afinal, este sexto sentido?

É um pressentimento? É, seguramente!

É uma intuição? É, sem dúvida!

É “faro”, instinto, perceção aguda? Incontestavelmente!

Quando olhamos para os nossos sentidos, à luz da Festa Brava, encontramos numa tarde ou numa noite de touros, todos os cinco na sua total plenitude… e ainda o sexto!

Perto da praça, chega-nos o cheiro das bifanas, do pó e dos perfumes, que despertam o anseio pelo início da corrida. Já dentro, ouvimos a música, sentimos as palmas, saboreamos queijadas e cervejas misturadas com a poeira que entra no paladar e pelo nariz.

Depois, dá-se uma magia própria e cheiramos gestos, passes, arte e cites. Vemos gritos, aplausos e ovações. Ouvimos bancadas cheias de cor, chapéus e flores. Degustamos todos os cheiros e aromas de gente bonita. E percebemos os sabores na ponta dos dedos. Vivemos, então, numa mescla ímpar, todos os sentidos sobrepostos, presentes e despertos!

É desta forma única que sentimos tudo de todas as formas ao mesmo tempo, porque a Festa Brava é mesmo isso. Uma explosão de sentidos numa simbiose absolutamente perfeita entre a arte, a arena, o touro e o público. Este é o poderoso sexto sentido dos aficionados! Não se reduz ao que pressentimos, intuições e instintos femininos. Este sentido é forte, único e transversal a homens e a mulheres.

Mais racional ou mais emocional, o sexto sentido é, para nós aficionados, a mistura dos cinco e ainda uma adrenalina que só a nós pertence e que se traduz num arrepio que nasce no estômago e se derrama pelo resto do corpo e entra na alma.

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