As Sanjoaninas cada vez estão melhor!
Os Açores são realmente um paraíso “perdido” no meio do oceano. Têm atracções para todos os gostos, e para nós aficionados, é a viagem perfeita. Toiros e mais toiros, paisagens fantásticas, gastronomia de excelência, festas de arromba, um povo que recebe como ninguém e faz gala nisso. Povo este que vive uma aficíon desmedida, no Arquipélago dos Açores há quase mais “Touradas à Corda” que dias no ano, há corridas de toiros nas Ilhas de S. Jorge, Graciosa e claro na Ilha Terceira, na imponente Monumental de Angra do Heroísmo. Têm cavaleiros, Grupos de Forcados, Ganadarias, Bandarilheiros e até matadores!
As Sanjoaninas são sem dúvida um marco na tauromaquia nacional, uma das mais importantes feiras taurinas, se não, neste momento a mais importante. E para isso basta ver os cartéis recheados de figuras, que recorrentemente esta organização apresenta. As grande figuras mundiais já todas pisaram este albero, este ano será a vez de Andrés Roca Rey fazer o seu debute, também actuam Moura Jr., Francisco Palha, Vitor Ribeiro, os irmãos Pamplona, Daniel Luque, Escribano, Colombo, Tomás Campos, Ganadarias locais e do Continente, dois Grupos da Ilha e um Grupo oriundo dos EUA.
Este ano decidi vir para poder além de desfrutar de tudo o que enumerei anteriormente, assistir também, e de alguma forma poder homenagear a despedida de um filho da terra, um forcado de eleição e um cabo que comandou as suas “tropas” por esse mundo taurino fora erguendo sempre a bandeira da Ilha Terceira, Adalberto Belerique.
Depois de 17 anos de cabo e outros tantos chefiado por António Baldaya decidiu pôr assim termo na sua tão importante carreira. Abriu praça na 1ª corrida da Feira Taurina, efectuando uma excelente pega à 1ª tentativa. A praça pôs-se de pé e aplaudiu como que agradecendo tudo o que este forcado deu à sua terra e à tauromaquia. Passou o testemunho a João Pedro Ávila, forcado experiente e que certamente continuará o legado de 45 anos do Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense impondo naturalmente o seu cunho pessoal.
E as marchas… marcharam nas ruas engalanadas a preceito 38 marchas durante a noite de S. João e na seguinte. Ruas lotadas, várias bandas de rua e de palco, muita animação, bares taurinos, gente dos toiros, imigrantes vindos de todo o lado que beberam, dançaram e desfrutarem até de manhã.
O ponto de encontro dos aficionados de tarde é na Tertúlia junto à praça de toiros e quando começa a noite até o Sol raiar no “Sector 7”, tanto um como outro decorados com motivos taurinos, sempre a passar corridas de toiros, onde os seus clientes vivem a tauromaquia intensamente, trocando experiências e aprendendo com diferentes culturas.
Neste momento no avião vou com a certeza que tentarei por tudo nunca mais faltar a nenhuma Sanjoanina! Quem é apaixonado pela tauromaquia, gastronomia e animação como eu tem de vir, pelo menos uma vez na vida… saborear as Lapas, Cracas, Cavacos, Alcatra de carne e peixe, ir aos Biscoitos tomar um banho nas piscinas naturais, apaixonar-se pela paisagem da Serra do Cume, ir à praia da Vitória, ver uma corrida de toiros e claro visitar a arquitectura de Angra.
Despeço-me com saudade, mas de coração cheio agradecendo a todos os que tornaram esta viagem inesquecível.
