“O mais importante é a forma como pisamos a praça”

As corridas de São Manços são dos momentos mais bonitos que o grupo da terra passa, pois reencontra antigos elementos e velhos conhecidos. O cabo do Grupo de Forcados Amadores de São Manços revela como estão as expectativas para a próxima temporada. 

O Grupo de Forcados Amadores de São Manços tem muitos jovens a quererem fazer parte do grupo como conta o cabo, João Fortunato, à Tauronews. “Começámos a treinar em finais de Janeiro, nesse treino apareceram cerca de 15 caras novas com o sonho de pertencerem ao grupo”, revela. E acrescenta: “Somos conhecidos por ser um grupo que recebe bem, pedindo apenas aos elementos mais novos e àqueles que querem pertencer ao grupo humildade, respeito e responsabilidade que são estas as bases fundamentais para pertencer ao grupo”.

Desde Janeiro, o Grupo já realizou “mais três treinos que correram de forma bastante positiva, subindo um pouco o grau de exigência para que os elementos mais velhos também possam treinar para preparar a  época que se avizinha”, conta João.

Até ao momento, o grupo já tem algumas corridas marcadas. “Podendo apenas dizer que começaremos a nossa época dia 21 de Abril, em São Manços, na tradicional Corrida de domingo de Páscoa, pegando depois dia 27, em Beja, e dia 11 de Maio, em Moura. Este ano também voltaremos a pegar em França na cidade de Istres, no dia 3 de Agosto”, diz o cabo. E acrescenta: “Nunca fomos um Grupo que pensasse muito na quantidade de corridas. Para nós o mais importante é a forma como pisamos a praça, tentando sempre honrar os nossos 54 anos de história. Mas penso que iremos realizar um número muito idêntico de corridas aos anos anteriores”.

O grupo e os seus elementos estão com “expectativas muito boas, somos um grupo em fase de renovação mas que tem mantido uma geração muito experiente e sendo assim essa renovação não se tem notado dentro da praça, tendo conseguido manter as boas actuações”, ralça João Fortunato. E diz ainda: “Em todos os inícios de temporadas as expectativas são sempre elevados pois tem como obrigação honrar os 54 anos de história do nosso grupo assim como a figura do Forcado Amador”.

Para o cabo de São Manços “ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, a tauromaquia está bem e recomenda-se. Temos praças cheias, cada vez mais jovens aficionados e isso é importantíssimo para futuro da festa brava. Apesar de todos os ataques anti-taurinos existentes, penso que os intervenientes estão mais unidos conseguindo assim defender-se desses ataques de uma forma maia organizada. Muito deste trabalho deve-se a associações e organizações que tem lutado para preservar a tauromaquia”, afirma.

Na opinião de João o “forcado sempre foi valorizado. Hoje em dia, isso vê-se, no facto de, cada vez mais, jovens terem curiosidade pela arte de pegar toiros assim como em experimentar o que é ser forcado. Muitos deles mesmo não fazendo carreira ficam com um respeito a esta tão nobre arte valorizando assim a figura do Forcado”.

Ser forcado traz muitos dissabores e ao mesmo tempo muitas coisas boas, como revela João: “O pior momento desde que sou forcado, foi sem dúvida a morte do Rui Freixa, elemento do grupo que faleceu vítima de acidente de viação. Foi uma fase bastante complicada para o grupo mas que o Cabo Joaquim Branco conseguiu que o grupo se unisse ainda mais, fortalecendo os laços de amizade entre todos. Foi um momento marcante para todos”, relembra. E finaliza: “Como cabo, os piores momentos são, sem dúvida, as lesões que vão acontecendo todas as temporadas. Os melhores momentos é complicado descrevê-los a todos. Mas as Corridas em São Manços são sempre especiais porque nesses dias conseguimos sempre juntar muitos antigos forcados e amigos do grupo, que não nos conseguem acompanhar a todo o lado. É gratificante para nós a presença de todos”.

Artigos Similares

Destaques